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    Moçambique
  • 2º F - Sáb: 10h - 20h
    Dom - Fer: 10h - 15h
 

Murais, Makeba, Moçambique
Ângela Ferreira

Galeria Arte De gema

Murais, Makeba Moçambique
EXPO INDIVIDUAL
04 de Setembro de 2019 

Artistas: Ângela Ferreira

A exposição Murais, Makeba e Moçambiquereúne desenhos preparatórios e maquetes produzidas para dois grandes projetos investigativos recentes: Pan African Unity Mural (2018) que partiu da adaptação de um mural pintado por um grupo de ativistas de pintura mural que a artista integrou nos anos 80, o CAP Muralist Group. O mural original foi pintado na Community House, Salt River em Cape Town e celebra a luta contra o apartheid; e Dalaba: Sol d’Exil(2019), instalação ainda patente na Culturgest do Porto, que remete para a casa de exílio construída e habitada pela cantora e ativista Sul-Africana Miriam Makeba na Guiné Conakry. A instalação consiste no desmembramento da casa em partes que a artista considerou serem mais significativas da vivência de Makeba, a varanda que permitia visionar a paisagem que lhe lembrava a sua terra natal, o portal modernista de entrada da casa, assim como o formato cónico do telhado em chapa de zinco que lembra a estrutura rondável da casa. Nesta mostra incluem-se ainda desenhos de alguns projectos que se debruçam sobre a história de Moçambique como For Mozambique(2008) ou A Tendency to Forget (2015).

Pan African Unity Mural, 2018

Pinturas murais com base em desenhos que representam as seguintes cenas: interior e exterior da casa de Miriam Makeba em Dalaba, Guiné Conakry; sequestro do voo 841 da Delta Airlines; retrato de George Wright/Jorge dos Santos e representação da sua casa, perto de Colares, Portugal; bem como documentação do Community Arts Project (CAP) Mural feito em 1986 na Community House, Salt River, Cidade do Cabo, África do Sul por um coletivo de artistas (Jann Cheifitz, Gaby Cheminais, Ângela Ferreira, Lovell Friedman, David Hlongwana, Terry Kurgan, Billy Mandindi, Xolile Mtakatya, Diane Paulse, Sophie Peters, Janet Purcell, Tinny Rosser, Tshidi Sefako, Jane Solomon e Patricia de Villiers).

As imagens do edifício e do mural da Community House foram reproduzidas com a amável permissão da Community House.

Dalaba Sol d ́Exil, 2019

A proposta aqui apresentada centra-se na cantora e ativista Miriam Makeba (1932—2008), uma das mais relevantes figuras na luta contra o apartheid na África do Sul. Primeira mulher negra a discursar nas Nações Unidas, Makeba foi impedida de regressar à África do Sul, em 1960 e aos Estados Unidos da América, em 1968, após o seu casamento com Stokely Carmichael, líder do Black Panther Party. A exposição de Ângela Ferreira inspira-se na casa, na Guiné-Conacri, onde Makeba e Carmichael viveram exilados entre 1968 e 1983, convertendo em peças escultóricas alguns dos elementos arquitetónicos da moradia de planta circular, quase um protótipo da relação entre a arquitetura modernista e a vernacularidade africana e, sobretudo, um lugar simbólico do exílio e da condição apátrida.